Invenções Automotivas Curiosas que Não Deram Certo

Invenções Automotivas Curiosas que Não Deram Certo

A história da indústria automotiva está repleta de inovações que transformaram o modo como dirigimos — mas também de ideias ousadas, excêntricas ou simplesmente mal executadas que acabaram sendo abandonadas. Algumas tentavam resolver problemas reais, outras eram avanços prematuros demais para sua época. No entanto, todas têm algo em comum: não deram certo.

Neste artigo, vamos explorar invenções automotivas que fracassaram, seja por falta de viabilidade técnica, rejeição do público ou limitações tecnológicas da época. Algumas delas podem até surpreender você por terem sido tentativas legítimas de inovação!


1. Volante yoke (sem aro superior ou inferior)

Mais recentemente adotado em carros como o Tesla Model S Plaid, o volante no estilo “yoke” (sem parte superior) já foi tentado antes por marcas como Toyota e GM. A ideia é modernizar o visual e proporcionar mais visibilidade do painel.

Por que não deu certo?

  • Muitos motoristas reclamaram de falta de controle em curvas fechadas.
  • Dificuldade em manobras como baliza.
  • Vários fabricantes voltaram atrás, oferecendo volantes tradicionais novamente.

2. Carros movidos a turbina

Nos anos 1950 e 1960, marcas como Chrysler e GM testaram veículos movidos por turbinas a gás — semelhantes às de aviões.

Por que parecia promissor:

  • Eram silenciosos e tinham menos peças móveis.
  • Podiam usar quase qualquer tipo de combustível.

Problemas:

  • Baixa eficiência em baixas rotações.
  • Atrasos na resposta do acelerador.
  • Consumo de combustível elevado.
  • Emissões poluentes.
  • Alto custo de manutenção.

O projeto foi cancelado e nunca chegou à produção em massa.


3. Assentos giratórios

Alguns carros dos anos 1970 (como o Oldsmobile Toronado) vinham com assentos dianteiros que giravam para facilitar a entrada e saída.

Por que falhou?

  • Complexidade mecânica e custo adicional.
  • Falta de conforto e segurança.
  • O recurso era pesado e ocupava espaço interno.

Hoje, a ideia sobrevive apenas em alguns veículos adaptados para pessoas com mobilidade reduzida.


4. Cinto de segurança automático

Nos anos 1980 e 90, algumas montadoras instalaram cintos de segurança frontais que se moviam automaticamente quando a porta era fechada, passando sobre o ombro do passageiro.

Problemas:

  • Inconveniente e irritante para os ocupantes.
  • Ainda era necessário prender a parte abdominal manualmente.
  • Muitos sistemas quebravam com facilidade.

Com o tempo, foram substituídos pelos sistemas convencionais de três pontos com pré-tensionadores.


5. Direção por manche (joystick)

Vários protótipos tentaram substituir o volante por um manche ou joystick, especialmente nos anos 1980 e 1990.

Por que não deu certo?

  • A direção tradicional já é intuitiva para a maioria dos motoristas.
  • Sistemas alternativos mostraram baixa precisão e riscos à segurança.
  • Falta de padrão e dificuldade em reeducar motoristas.

6. Vidros elétricos que sobem automaticamente com a chave

Alguns modelos da Mercedes-Benz, Audi e Volkswagen introduziram a função de subir os vidros com o botão da chave após sair do veículo.

Motivo do fracasso:

  • Em certos casos, os vidros fechavam mesmo com a mão ou cabeça no caminho, o que causava acidentes.
  • Questões de segurança infantil e processos judiciais forçaram a retirada da função ou exigiram sensores mais caros.

7. Motores rotativos (Wankel)

A Mazda foi a principal defensora dessa tecnologia, usada em carros como o RX-7 e RX-8. O motor rotativo prometia ser leve, compacto e potente.

O que deu errado:

  • Baixo torque em baixas rotações.
  • Consumo de combustível e de óleo elevado.
  • Emissões poluentes acima da média.
  • Difícil manutenção.

A Mazda parou de produzir motores Wankel em 2012. Em 2023, voltou a usá-los apenas como geradores auxiliares em modelos híbridos, não como motores principais.


8. Faróis ocultos (pop-up)

Muito populares nos anos 80 e 90, os faróis retráteis davam um visual esportivo e aerodinâmico a modelos como Corvette, Mazda MX-5 e Toyota Supra.

Por que sumiram?

  • Sistemas mecânicos frágeis e sujeitos a falhas.
  • Incompatibilidade com normas de segurança para pedestres.
  • Carros com faróis presos abertos ficavam com aparência comprometida.

Hoje, são item nostálgico e raro.


9. Carros com forma de avião ou foguete (estilo “Jet Age”)

Nos anos 50 e 60, nos EUA, surgiram carros com a estética inspirada em aviões e foguetes. A “era espacial” influenciava o design automotivo.

Problemas:

  • Eram impraticáveis no uso diário, com aerodinâmica ruim.
  • Excesso de cromados e exageros visuais envelheceram mal.
  • Alguns modelos tinham peças decorativas perigosas, como pontas metálicas.

10. O DeLorean DMC-12

Imortalizado nos filmes De Volta para o Futuro, o DeLorean parecia o carro do futuro: carroceria de aço inoxidável escovado, portas tipo asa-de-gaivota e design arrojado.

O que deu errado:

  • Motor fraco para um carro esportivo.
  • Qualidade de construção pobre.
  • Problemas legais e falência da empresa.

Mesmo com toda a fama, o carro foi um fracasso comercial.


Conclusão

Nem toda inovação vinga. Algumas são boas ideias implementadas na hora errada, outras são tentativas falhas de reinventar a roda — às vezes literalmente. Ainda assim, essas invenções falhas ajudam a moldar a indústria e a guiar as inovações futuras. Como dizem: errar é parte do processo de inovação.

Se hoje temos carros mais eficientes, seguros e confortáveis, é também porque alguém teve a coragem de tentar — mesmo que tenha falhado.

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